As redes de transmissão elétrica subterrâneas, por que ainda não temos? Quais as vantagens?
As redes de transmissão elétrica subterrâneas, em comparação às redes aéreas – que utilizam os postes para passagem dos fios – têm vantagens estéticas, pois eliminam os fios suspensos, e técnicas, já que a linha fica mais protegida contra intempéries. Na conversão de redes aéreas para subterrâneas, os eletrodutos e cabos elétricos podem ser enterrados em diversas configurações. Não há regulamentação do poder público quanto à forma de implantação e as próprias concessionárias seguem suas normas.
Nestes sistemas os cabos elétricos passam por dentro de eletrodutos de polietileno de alta densidade (PEAD), de 5″ a 6″ de diâmetro, enterrados diretamente no solo. Esses cabos são geralmente de alumínio, trifásicos, com isolamento EPR ou XLPE. A tensão depende muito do local da rede.
Os eletrodutos da rede primária são enterrados a 80 cm da superfície, e procura-se manter 30 cm de distância da rede secundária e demais linhas de transmissão subterrânea.
A rede primária conduz a corrente elétrica em maiores tensões de distribuição.Na rede secundária,
as tensões já costumam vir bastante reduzidas pelos transformadores. Os
eletrodutos, de cerca de 100 mm de diâmetro, ficam enterrados sob o
passeio entre 40 e 60 cm de profundidade.
Um sistema subterrâneo de transmissão elétrica, além dos eletrodutos, também abriga câmaras para transformador e caixas de inspeção. Essas caixas são, geralmente, monoblocos pré-fabricados em concreto armado. Para o transformador, costumam ter 5 x 2,5 m, com 4,5 m de profundidade. Já os pontos de inspeção têm, no geral, 4 x 2m e 3,5 m de profundidade – a principal função dessas caixas é fazer derivação da rede, emendas e conexões, além de poderem receber a instalação de equipamentos de menor porte da linha.
A construção da rede elétrica subterrânea pode ser a solução definitiva para as quedas de energia que atingem a cidade nos temporais, principalmente em regiões onde a linha de transmissão passa por regiões de Mata, onde as arvores são um pesadelo a cada tempestade. Além disso, há crescente preocupação de que a proximidade dos campos magnéticos e elétricos possa causar sérias doenças às pessoas que residem perto das redes.
Redes subterrâneas, tem um custo maior de implantação, que será compensado ao longo do tempo, oferecem grandes benefícios de segurança, confiabilidade e economia para as comunidades onde estão instaladas. Quando se somam os custos da poda de árvores, da interrupção do fornecimento de energia, dos custos sociais, da falta de segurança e da não-produção, fica ainda mais fácil notar que ao longo do tempo as redes subterrâneas são muito mais vantajosas, tanto para quem instala quanto para quem as utiliza.
Não é raro um morador
fazer a entrada de energia subterrânea em seu terreno e depois de
alguns anos, já não lembrar mais onde se localiza estes eletrodutos.
Segundo as normas estes condutores devem esta a pelo menos 60 cm de
profundidade e uma fita de alerta de risco deverá ser colocada 30 cm
acima dos condutores, além disso é recomendado por norma que seja
sinalizada a passagem de eletrodutos subterrâneos. A fita de aviso
colocada sobre os eletrodutos, de pouco adianta, pois quando a pessoa
visualizar a fita, já estará sobre os cabos, imagine esta situação com
um jardineiro plantando uma árvore, um pedreiro perfurando a terra com
uma picareta.
Segundo o engenheiro Daniel Bento, que atuou como responsável técnico pela rede de distribuição subterrânea de São Paulo, cabe às prefeituras atuarem na interlocução entre os setores envolvidos em projetos de migração de redes aéreas para subterrâneas por envolverem diferentes empresas, como de telecomunicações, televisão a cabo, concessionárias e secretarias municipais – como forma de reduzir o impacto na mobilidade e na busca por projetos que integrem serviços no mesmo projeto.
– A prefeitura tem de liderar e ser o agente integralizador, porque inclusive as residências precisam fazer adequações em seus centros de medições. A obra mais pesada é da concessionária de energia, mas todo mundo tem de trabalhar junto – sugere.
O engenheiro defende que prejuízos econômicos acarretados pela falta de luz devem nortear a troca do modelo – e não apenas o embelezamento das cidades.
— No Brasil, ficamos de 10 a 12 horas, até 16 horas, sem energia durante o ano. Na Alemanha, que tem 80% de sua rede subterrânea, esse tempo é de 23 minutos por ano. Imagine o impacto disso em uma escola ou em uma fábrica. Há questões de produtividade, de crescimento do país e de segurança envolvidas – avalia.
A responsabilidade por normatizar, regular e fiscalizar questões relacionadas aos serviços de distribuição de energia elétrica é da Aneel. Conforme Resolução Normativa 414/2010, é de responsabilidade do interessado o custeio das obras de rede subterrânea, ou conversão da rede aérea existente em rede subterrânea, incluindo as adaptações necessárias.
Portanto, se você mora em alguma região onde a falta de energia é frequente, pressionem seus prefeitos, é de lá que tudo deve partir.
fontes: gauchazh.clicrbs.com.br
osetoreletrico.com.br
desterroeletricidade.com.br
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